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Francisca Mermelstein

    A resiliência e vida da parteira da comunidade judaica

    Por Sara Feigue Hollander

    A vida de Francisca Mermelstein foi estudada e registrada no campo do desenvolvimento da saúde do Rio Grande do Sul, assim como no campo da história da imigração judaica ao Brasil.

    É uma consequência do trabalho da Estudante de Medicina Naiane Ronsoni, da URI – Universidade de Erechim, apresentado de forma pública na “Jornada Gaúcha de História da Medicina”, ocorrida em Outubro, em Caxias do Sul.

    A criação do Polo de Turismo Histórico Judaico de Quatro Irmãos, entre outros impactos, tem trazido à tona histórias individuais e de famílias extraordinárias da imigração e movimentos mundiais do fim do século XIX e início do século XX. Foram histórias que viraram aventuras de sobrevivência, dadas às intolerâncias religiosas e econômicas do Império Russo, e da ascensão do nazismo na Europa, desaguando, em pessoas extremamente singulares chegando ao Alto Uruguai gaúcho, a partir de 1912, para a Colônia de Quatro Irmãos, criada pelo Barão e Baronesa Hirsch.

    Uma delas foi Sara Feigue Hollander, que casada, e abrasileirada, transformou-se em Francisca Mermelstein, uma parteira que marcou inicialmente a colônia judaica de Quatro Irmãos, pelo seu conhecimento e habilidades, e vocação comunitária. Começando sua trajetória no Brasil, conduzindo partos no pioneiro Hospital Israelita Leonardo Cohen, em meio às coxilhas gaúchas, em uma construção projetada por ingleses, para o máximo de aproveitamento solar, até mesmo para o combate à icterícia em bebês.

    Dona Francisca, assim que ficou popularmente conhecida, depois fez carreira longeva, exitosa e de reconhecimento, no Hospital Beneficência Portuguesa de Porto Alegre, indicada pelos melhores obstetras da época, para preparação e acompanhamento de partos, sendo uma das prováveis campeãs de partos na capital gaúcha.

    E, no aspecto comunitário, atendeu em seus anos de vida a maioria da comunidade judaica, e todas pacientes que recorriam às entidades beneficentes, de forma voluntária, dedicando-se quase 24 horas por dia à esta missão.

    A Sala de Partos no antigo Hospital Leonardo Cohen, hoje Memorial da Imigração Judaica, ganhou em evento em março de 2024, o nome permanente de “Dona Francisca Mermelstein”, em sua homenagem.

    A apresentação do trabalho histórico da Estudante Naiane Ronsoni está registrada aqui no YouTube, quando apresentado na Jornada de História da Saúde.